deixa-me pensar como eras antes
as minhas palavras secam-se antes de te descrever
não sei mesmo como te diria
se pudesse por fim ver o teu rosto
entre milhares de poemas verdadeiros
onde te nomeio, como uma invocação ou como uma infinidade
as minhas palavras secam-se antes de te descrever
não sei mesmo como te diria
se pudesse por fim ver o teu rosto
entre milhares de poemas verdadeiros
onde te nomeio, como uma invocação ou como uma infinidade
deixa-me revelar-te a curva dos dedos
o olhar talvez inquieto , os silêncios, a respiração
sobre os lábios como o meu corpo agora dormente
vou para além, até onde o poema me leva
o sussurro das árvores junto ao mar diz-me que já é dia
e em breve tudo se revelará
as vozes levantar-se-ão do seu torpor
deixa-me sentir –te neste momento breve
do fim da noite em que tudo se suspende
Setembro de 2009
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