Hiroshima, 8 e 15
leite negro da aurora bebemos-te à tarde
bebemos-te cedo e no dia bebemos-te à noite
e bebemos bebemos
Paul Celan – Fuga da morte
temos todos as mãos sujas
a cinza escorre-nos entre os dedos
e as feridas ainda ardem na memória
dos cativeiros
das valas abertas, dos fornos fumegantes
morre-se aí
a mesma morte de todas as guerras
nós queremos apenas abrir os olhos sobre o vale funesto
e ver por fim a força das palavras
definitivas
o leite e o mel
no regaço da mãe
a giesta
o rio fluente
o canto
leite negro da aurora bebemos-te à tarde
bebemos-te cedo e no dia bebemos-te à noite
e bebemos bebemos
Paul Celan – Fuga da morte
temos todos as mãos sujas
a cinza escorre-nos entre os dedos
e as feridas ainda ardem na memória
dos cativeiros
das valas abertas, dos fornos fumegantes
morre-se aí
a mesma morte de todas as guerras
nós queremos apenas abrir os olhos sobre o vale funesto
e ver por fim a força das palavras
definitivas
o leite e o mel
no regaço da mãe
a giesta
o rio fluente
o canto
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