Não vejo o mundo sem os meus olhos, mesmo que tudo mude, ou até deixe de existir
porque eles são os meus olhos da eternidade
o teu rosto pertence a estes montes,
a tua voz sobe do rio e nele flui o percurso
da memória, tal o mundo, tal o discurso
que em mim te nomeia, como se fossem pontes
do passado para o meu peito, agora mais cansado,
mais lento o gesto, mais suave a mão
vem tudo de ti e eu não sabia, tudo repete o que não
pude dizer-te junto de ti , tocando-te o cabelo, sentado
vê agora comigo estes campos – a luz da alva
sobre a névoa descobre os ramos floridos
da amendoeira, é já manhã e os cheiros crescem
húmidos da terra, num antiquíssimo rumor
que só agora desvendo nos teus braços doridos
como se fossem os meus próprios braços que renascem
a tua voz sobe do rio e nele flui o percurso
da memória, tal o mundo, tal o discurso
que em mim te nomeia, como se fossem pontes
do passado para o meu peito, agora mais cansado,
mais lento o gesto, mais suave a mão
vem tudo de ti e eu não sabia, tudo repete o que não
pude dizer-te junto de ti , tocando-te o cabelo, sentado
vê agora comigo estes campos – a luz da alva
sobre a névoa descobre os ramos floridos
da amendoeira, é já manhã e os cheiros crescem
húmidos da terra, num antiquíssimo rumor
que só agora desvendo nos teus braços doridos
como se fossem os meus próprios braços que renascem
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