A blogosfera é o reino do efémero. E também o da imaterialidade. E também o da abrangência.E também o da ilusão.
Nela cabem a discussão sobre o repolho do quintal e o grande arroto metafísico do filósofo em fim de carreira. A erotogénese das mamas da vizinha e o lúbrico mundo do geronte voyeur. A introspecção da matrona reformada que tecla o sexo nas tardes mornas e o cavalo voador da mais desconformada paixão. Cabem o político do discurso e o discurso sem política, o tom bom e o bom tom, o mau hálito da velha (política) consumida escatologicamente, massificadamente, redundantemente, prostituidamente.
Cabem o texto e o contexto, a canção e a cantada, o toque e o apalpão, o botox marado e o nariz refinado, a dama e a madama, a coxa e a pernama.
Cabem o sacrílego, o sarcástico, o satânico, o salamizador, o exterminador, o purificador. O eterno e o finito. O divino e o profano. A verdade e o cenário. O sim e o não. O pois sim.
Vale tudo na blogosfera. Se está vivo, faça-se morto. Se morreu , revivifique-se. Desanque-se, desmonte-se , componha-se, cuspa-se, dispa-se, desfaça-se, invente-se. Se. Se puder, poste-se. Na posta. No posto. Composto. Recomposto. Descomposto. Indisposto. Satisposto.
Génios e imbecis. Sensatos e insanos. Mais imbecis que génios, obviamente.
Morra a blogosfera! Morra ! Pum!
Homenagem ao Carlos Mota de Oliveira, autor de LOGO, EM PORTO FORMOSO
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