o poema tem um cristal
e o sangue explode nas arestas
quando se desnuda
a palavra é o interior do silêncio
o poema a sua viagem
até à margem do cântico final
o fogo a carne o suor a lágrima do sexo
a exaustão
que o tempo prolonga
em raiva
e sedimento animal
o poema constrói um rio
entre salgueiros de raízes descarnadas
porventura alguma vez nos pertenceu o poema ?
ou vimos de perto o rosto do poeta?
Pedro Saborino
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