http://www.youtube.com/watch?v=FzrBurlJUNkQuando Henry Paulson deixou a Goldman Sachs, antes da falência, para tomar posse como Secretário do Tesouro do governo de G. Bush em Maio de 2006, não veio de mãos a abanar - trouxe uns largos milhões de dólares a título de compensações.
Esse foi apenas um aspecto (e ainda assim menor) da enorme crise imobiliária nos EUA que pôs em questão toda a política neoliberal cujo objectivo principal era (e é ainda) retirar do Estado a regulamentação dos movimentos financeiros a nível mundial de forma a proteger os indescritíveis lucros dos investidores que se dedicam a este tipo de especulações.
A desregulamentação precedeu e determinou esse fenómeno político-económico da globalização.
Está hoje em dia patente que a finalidade da globalização é exclusivamente a movimentação mundial do capital, de forma essa sim global, permitindo aos especuladores reinventar formas de multiplicar o seu património financeiro, sem qualquer respeito por Estados, governos ou sociedades.
Especialistas, professores e analistas de conceituadas escolas de administração e finanças dos EUA converteram-se em conselheiros governamentais com principescas remunerações e privilégios.
As políticas de cariz social são execradas como despesistas e apontadas como causa major dos deficits estatais. Em desespero de causa são apontadas soluções nas quais a prosperidade é baseada na liberalização dos negócios como promotor de emprego e de riqueza.
A soberania dos Estados é transferida para o FMI e para fundos estruturais meramente adjuvantes.
O filme
Inside Job mostra à saciedade como, enquanto o contribuinte ingénuo se esgota por manter as suas responsabilidades, um bando criminoso de especuladores gananciosos e imorais refocila num mar inominável de triliões que tenta avidamente repartir. Tudo isto enquanto os responsáveis governamentais assobiam para o lado como se nada tivessem a ver com o caso.
Tudo isto enquanto muitos países tentam implementar sistemas produtivos de desenvolvimento económico afastando-se de sectores vitais de produção de riqueza como a actividade agrícola e outros. Tudo isto em nome da neo-liberalização da economia e dos movimentos indiscriminados de capitais.
Estamos assim, nós e muitos outros, debaixo do jugo do manto superior do capitalismo onde se jogam as cartadas de casino do capitalismo puro e duro, nós pessoas normais que trabalhamos para sobreviver pagando as nossas contas, os nossos impostos, satisfazendo as nossas responsabilidades, com grave prejuízo da qualidade de vida e por vezes da própria subsistência.
Somos a maioria.
Só não entendo porque é que não conseguimos fazer ouvir a nossa voz .
É tempo de o fazermos, antes que nos devorem!