terça-feira, 27 de setembro de 2011

canto do amanhecer

Ao Carlos Paredes




neste país que arrefece nos silêncios
das lutas mortas
naus submersas de viagens sem regresso
maio esquecido
nas searas de trigo imaginado
no teu peito inquieto eu procuro o teu rosto
ó voz antiga
ó rio infindável
da liberdade
já não te ouço
já não te espero no alvor da manhã
como dantes
onde o meu sangue te nomeava
os meus olhos já não te podem ver
como dantes
e o meu corpo vagueia
neste canto do amanhecer
sem alegria
sem nada

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