sábado, 12 de maio de 2012

o que é perder ?


(...) E, no entanto, eu escrevo…



As vidas que, durante a batalha, se vão perder, enquanto chamas vivas, iluminaram quem, o quê? A mim?


E que pujança estética sem nome tiveram (ou estão tendo?), esses homens e mulheres?


Que linha do tempo foi ali quebrada?, mas não partida, e lhes envolve o ser?


Que nuvem continua transitando? Por que será que no horizonte da história se ouvem gemidos, o gotejar contínuo de acções inacabadas?


(Maria Gabriela Llansol in Finita. Diário 2. 2ª ed. Assírio & Alvim, 2005, pp. 21-22; 46-47)

 


inquieto o tempo desdobra

nas mãos os múltiplos silêncios

da valsa

imperfeita

o vagar da noite que arde sobre o rio

palavra a palavra

até ao mar final da memória

pois nada sabemos

de ti


Pedro Saborino






Um comentário:

  1. Li. Ficou-me um pensamento infindo e sem palavras para o exprimir.

    Um grande abraço,Daniel.
    Júlia

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