sábado, 17 de março de 2012

sagração

imagem de Pina, Wim Wenders




o poema tem um cristal
e o sangue explode nas arestas
quando se desnuda

a palavra é o interior do silêncio
o poema a sua viagem
até à margem do cântico final

o fogo a carne o suor a lágrima do sexo
a exaustão
que o tempo prolonga
em raiva
e sedimento animal

o poema constrói um rio
entre salgueiros de raízes descarnadas

porventura alguma vez nos pertenceu o poema ?
ou vimos de perto o rosto do poeta?



Pedro Saborino















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