quarta-feira, 12 de junho de 2013

navegação do corpo


                                                            para a Graça Barroso



do rosto ao interior o músculo vibra tenso, contíguo


em viagem dolorosa da carne por diversas paisagens

por luzes que do nada se refazem e definem o flanco

o ventre reclinado

aberto



o corpo flui

de dentro

sobre um nada informe

da pele inexplicada brotam ramos

talvez gestos

o olhar abre-se à luz impiedosa do sol

e a palavra

finalmente

explode no silêncio



como o belo é assim o princípio do ser

a fonte o seu espaço, o fogo a sua voraz destruição



no imperfeito desvendamos por fim o sagrado



Pedro Saborino
in  Marginalia 2013

 

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