quarta-feira, 11 de março de 2009

Estrada de Inverno


Adianta-te ao adeus, como se ele assim
ficasse para trás, como o Inverno agora.

XIII Soneto a Orfeu R. M. Rilke







Vê como é difícil achar as palavras que nomeiam esta paixão

na tarde em agonia

terrível oficina de silêncios e escuros recantos


escuta o vento nos ramos nus dos plátanos

por cima de memórias que agora enchem os nossos dias

já não sabemos chorar - temos fome - e a estrada corre à nossa frente



gelou a fonte. A terra ressequida estala sob os nossos pés.



Diz-me : onde fica o paraíso ? Sabemos agora mais do que sabíamos ontem sobre o

universo ?

Diz-me ainda : que deus nos conduzirá ?




Vê como o amor se desvenda no poema











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