sábado, 21 de março de 2009

O poeta não é um fingidor







O poeta não é um fingidor
( réplica a F. Pessoa)



De sentidos e olhares desfeitos no dia que se rompe
memórias de uma noite em vago e indefinido passo
leva-me o poema aonde eu aporto e embaraço
a nau de velas mortas no cais agora em sono estranho

métrica de morte sofrida e lenta , cântico final de um
qualquer destino , longe ou perto, dentro ou fora,
numa dança que o rito determina e em que mora
um sentimento sem sentido , um rosto , uma canção

uma agonia um caminho de pó e vento
por que ando e me destrói os pulsos e me
suspende o corpo nesta cidade sem nome sem nada



Cascais, 20 de Março de 2009

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