domingo, 22 de março de 2009

Para memória futura III


Se o poeta não for um homem situado no tempo e no espaço, em qualquer parte do mundo e em qualquer instante da História, falando, dando a mão a um outro, único, individual , só , concreto e real - que será , que poderá ser o poeta e a poesia mais do que a vaidade, lixo, nada ?
Se a liberdade é o especificamente humano, então a melhor maneira de o poeta servir o homem e lutar por ele é praticar e ensinar a liberdade. Quando o escritor luta verdadeiramente com a sua arma - a palavra- quando não está coarctado, mostra de facto que a literatura é acção e que a sua acção transforma o mundo, modifica a vida.
Afonso Cautela e Serafim Ferreira , in Poesia Portuguesa do Pós-Guerra , Editora Ulisseia Lisboa 1965
Livro proibido pela Censura do Estado Novo
cf. Livros Proibidos no Estado Novo, pág. 39 , Ed. Assembleia da República Lisboa 2005

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